Thursday, January 27, 2005

Copiando a cópia

Sou um homem invisível
Daqueles que copiam
Duplicado como o do Saramago
Sou invisível
Sem forma
Não sou nada
Não sou ninguém

Branco e negro
De olhos puxados
Bom e ruim – tem essa agora?

Uso o que me passam
Como todos – sentido ambíguo, também me alimento deles

Uso a roda, o ferro e o aço
Bebo Coca-cola – ok?
Não os fiz, mas uso tudo isso e muito
mais
mas
espere...

Preciso ser original
Criar algo do nada
Como?
Vou estudar os antigos e
- ignorando todos, claro –
Serei inovador
E minha arte não terá passado

Afinal,
sou invisível

(todas as palavras aqui presentes foram copiadas do Dicionário – um dos maiores
“best-sellers” - e de minhas experiências com seres humanos, todos reais)

Ele, o personagem – essa palavra quem inventou fui eu -, sorri e entende que realizou seu desejo. E, em to de satisfação, desanda a gargalhar – copiando outros personagens, estes malignos, de diversas histórias infantis.
“Hahaha.. hahaha.. HAHAHA!!!”

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