Saturday, July 08, 2006

Palavras de sangue e desejo

Estas mãos que te seguram agora podem vir a te machucar. Podem fazer com que tudo o que você pensa sobre mim se torne algo infeliz, vermelho e lacrimoso. Nossos medos podem vir a se concretizar, medos estes inimagináveis poucas semanas atrás. Nada disso, tudo isso e coisa alguma foi planejado, tudo fruto do movimento dos nossos corpos inconstantes em busca de um amanhã; e eles acabaram por se chocar.

Luto para não pensar no que, imagino eu, divagando, poderia me fazer embarcar em ilusões não tanto aleatórias, mas corrosivas, capazes de me destruir e a você também. Seu cheiro, tão perto e tão distante. Um desejo constante de te ter e te atravessar com meus braços e minha boca, deixando um pouco de você em mim e algo de mim em você.

O tempo não colabora, anda pra frente, pra trás, para cima e para baixo, mas nunca para onde eu quero. Eu quero hoje, agora, ontem e também amanhã. Quero você aqui e eu aí, simultaneamente.

Não escrevo palavras bonitas, elas fedem e são dolorosas – e as assino com meu sangue. Mas exprimem da forma mais sincera o que eu sinto por você. E de você eu não abro mão.

Monday, July 03, 2006

Saudades

Vagando pelas ruas sem muito motivo, apenas por não querer ficar em casa, tento encontrar algo que torne a andança especial. Parece que, com exceção de uns conhecidos passantes, a caminhada não valeu muita coisa, quando vejo que, mais uma vez, tudo parece se encaixar em algum momento.
Sentada na mesa de um bar, de costas para mim e para a rua, encontro ela. Logo ela que eu não dei valor e hoje sinto saudades. Ao entrar no bar, para fazer uma surpresa, ela vira na minha direção, como se soubesse que eu estava passando por ali. E sorri.