Sunday, August 03, 2014

Adeus ao impossível.

Não gosto da palavra "impossível". Por si só ela já é um estado não realizável de algo. E depende de julgamento que, aleatoriamente estão errados em certo grau percentual. Enquanto que para ser uma "verdade", uma "totalidade de certeza", seria necessário ter 100%. E isso nunca se terá. Portanto, desprezo o "impossível". Ele não se realiza, não tem consistência, não se caracteriza por algo verdadeiro, apenas pela própria ilusão existencial de que outras realidades não podem coexistir com ele.


Atenção

Atenção. No fim, das contas, da história, da vida, assim como em todo o resto, se busca apenas isso. Atenção. A certeza de que somos compreendidos. De que estamos sendo ouvidos, de que nossa voz ressoa, de que nossos pensamentos se transmitem... e chegam em algum lugar. E onde chegam, na verdade, pouco importa. Basta chegarem e ressoarem, refletirem, ecoarem, transparecerem.

A garantia de que se existe, de que não bastamos de um surto eloquente da criatividade de nossas próprias mentes, fanáticas por elas mesmas. A certeza de que não somos cercados por ilusões, de que tudo ao redor faz algum sentido, de que nossos sentidos nos trazem as informações verdadeiras para a construção da realidade que queremos. Simulação da realidade que também não vemos.

A atenção. O silêncio. A respiração. O suspiro. O ar que nos traz a segurança de que não somos uma invenção, mas uma realidade. Pode beliscar, é real, existe. Não se trata de uma loucura, de um devaneio. Atenção. O momento que retrata a realidade, que retrata a verdade que tentamos enxergar, mas não se vê. Atenção para pensar. Atenção para entender. Atenção para compreender o que precisamos perceber, porque não se sabe se é acerto. Se é um erro. Um delírio.

Só se sabe que se acha. Que se acredita. Que existe. Que é real.