Thursday, April 15, 2010

sem maiúscula

escrever sem maiúscula tem seu jeito. diferente, mas um tantu qui elegante. e quem sabe inusitante. di si fazer puisia. mesmo fingindo u sertão. qui em lugar algum ixistia. nem na cabeça du iscrivinhador, nem na cabeça daquele que lia. só u folclore qui prevalecia. na fome da sede du qui não se tinha. no meio di tanta gente qui num cunhecia. na cidade qui u mundu lhe prometia. e que da noite o sono num sabia. e deixava seus sonhos di lado pru qui num intendia. mas apenas sabia. que foi nascido para viver. um dia após um dia.

Tuesday, April 13, 2010

Sai pra lá que aqui tem gente

Abre as cortinas para mim que eu não me escondo de ninguém, diz a música. E é bem isso mesmo. Nada de se esconder. Já basta toda a hesitação antes de agir, de pensar, e toda aquela merda da falta de atitude, que cedo ou tarde, ou até no meio do dia, ataca qualquer um. Chega disso. Eu quero é falar, dizer, contar, espalhar, colocar a boca no trambone, extravasar, colocar pra fora. Respirar, encher os pulmões e... falar mais, não deixar sobrar um milímetro quadrado de oxigênio. Quero murchar de tanto gritar contra todas essas coisas que me irritam e que continuam voltando, sempre retornando, sempre me aporrinhando, sempre me encendo o saco, e gritar ainda mais um pouco. Não quero, não preciso, não tolero, não aguento. A porta vai ficar fechada e nada disso vai entrar. Cabou, chega, já era, fechado para balanço. Vai-ver-se-eu-to-na-esquina. Ta bom assim?

Pronto, ufa. Acho que deu. Agora eu posso descansar, respirar com mais calma, por a cabeça no lugar. E pensar duas, três vezes, antes de me aborrecer, de querer gritar, de extravasar.