Wednesday, June 29, 2005

Tudo muito simples

Tudo, com o tempo, se mostra como sendo mais simples do que parecia ser inicialmente. Mesmo quando achamos que estamos enfrentando uma situação muito difícil. A nossa surpresa frente ao que é um novo problema - que deve ser resolvido como sendo um problema mesmo, como fazíamos no colégio - sempre nos assusta.
Enxergo as coisas como sendo feitas de complexidades simples. Resolvendo-as de forma analítica, desmontando-as e fazendo 1+1+1+1, e por aí vai, encontramos melhores - na verdade mais fáceis e verdadeiros - resultados.

O tempo passa e,
com graça,
a idiotice diminui.

Friday, June 24, 2005

Homenagem

Algumas pessoas têm a capacidade de marcar nossas vidas de uma forma absurda. Sua relevância se dá de forma tão acentuada que causam um choque, um susto. Nos fazem gostar mais da vida, do mundo a nossa volta. Nos alimentam com mais vontade de viver. Uma personalidade fantástica, diferente do que estamos habituados a encontrar, que deixa marcas feitas de gostosas lembranças. Que não causam dor, apenas bem estar. E com certeza um outro bem estar além deste. A esperança de que iremos encontrar essas pessoas logo, em breve, as soon as possible. Deveria ter escrito em francês, mas não o fiz. Aude, este texto é para você, assim como o foi um outro, tempos atrás, e, sem sombra de dúvida, serão vários outros que o futuro nos reserva. Sinto saudades, mas de uma forma boa, que aquece. Um sentimento tão forte que ainda não entendi por completo – e na verdade nem preciso, já é bom assim. Ok, chega de babação.

Wednesday, June 22, 2005

Uma letra com várias outras

Livros caetano veloso

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando para a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou - o que é muito pior - por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

Monday, June 20, 2005

Pão e circo

"Senhor, o povo está revoltado, não tem comida, está doente!, Dê a eles então festas, jogos, lutas em arenas para que eles se distraiam e fiquem com a ilusão da felicidade!, Senhor, que tal se incentivássemos os jogos de futebol? Poderiam, além disso tudo, tornar o nosso país de terceiro mundo um país internacionalmente conhecido!, Isso, dê a eles também ídolos, para acreditarem em algo e acabarem aquelas idéias de revoltas..."

Tuesday, June 14, 2005

O sentido da vida

Toda a beleza do mundo num só ser
Exagerado, não creio estar
Basta ver.
Olhe em seus olhos
E compreenderá
Que não falo besteiras
Para o tempo passar

Quando ela sofre
Sofro eu também
Ouvindo, de braços abertos, o céu dizer amém
Com meus olhos honestos
Em meio a esse vai e vem

Um sorriso, um aceno
E mais uma vez ela me aprisiona,
Enquanto eu mesmo me condeno,
Nesse sufoco ao qual a vida me impulsiona.
Um sentimento nada ameno
Misto de prazer com desespero
Na encruzilhada deste enigma,
Em frente ao sol e à lua cheia,
Aos quais, de joelhos, faço um apelo.

De certo não é ela
A única donzela
Mas com segurança afirmo e bato o pé
Exaltando com esta goela
Que nem mesmo ventos e trovões
Me afastariam das emoções
Que sinto ao vê-la chegar
De passo em passo, de ar em ar,
Essa moça magnífica que um dia
Em minha vida resolveu entrar.

A ti, bela moça, jogo meu olhar
É com você mesma, não se engane
Pode encarar.
Ando neste deserto,
Não obstante o frio ou o calor,
Buscando uma chance para em seus braços estar
Dispondo a você meus músculos,
Meu calor e todo o meu ar.


Neste sonho quero estar
Amarrado a ti como nenhum outro há
Me derretendo ao odor do teu perfume
Nas noites de vazio e de tristeza
Em que vejo o sentido da vida
Todo presente na leveza
Que encontro neste mundo
Quando miro o teu olhar.

Infinito este poema poderia ser
Não tendo um fim por agora
Ou quando o amanhecer
Mas no momento não busco a glória
Apenas quero ver
Se estas meigas palavras te comovem
E enchem a sua alegria de viver.

Tendo dito a que vim
Então me refaço
Esperando por ora
Um outro compasso
Em que me beija, me abraça
Me adora e eu renasço.

Wednesday, June 08, 2005

Frases de Émile Coué

"Ilude-se quem acredita não ter ilusões."


"Não passe o tempo a procura de doenças que você possa ter, porque, se não tiver as verdadeiras, você poderá criar as artificiais."


"Não é a sorte que nos faz, somos nós mesmos que nos fazemos."

Monday, June 06, 2005

Sobre Oscar Wilde - iniciado nos comentários do último post

Ele não precisa estar absolutamente certo. Existem pontos de vista, e não a tal da "verdade", nestes casos.
As coisas simples se expandem aos nossos olhos quando descobrimos a incrível complexidade de cada sistema, sendo ele de idéias ou de qualquer outro tipo. Além da inter-relação entre as coisas, existe também a relatividade. Verdade única, absoluta e com apenas um lado, se unirmos todos essas três características, encontramos o fanatismo.

Somos atores, interpretando papéis, sendo enganosos com e próximo e com nós mesmos, manipulando a verdade, a realidade, criando assim uma proteção contra o mundo real e as situações que nos desagradam, como uma auto-defesa?
Sim e não. Acontece o tempo todo, mas não é apenas isso que acontece.
Um exemplo interessante que podemos encontrar seria as boas ações. É chamado de altruísta aquele que faz bem ao próximo, sem pensar em si mesmo e se colocando em segundo lugar. Só que está idéia é mal analisada. Quem faz o bem para o próximo sempre afirma que se sente muito bem fazendo isso. Seria ele, então, egoísta, uma vez que ele só faz atos de "boa fé" baseado em seu próprio prazer e satisfação? Essa é uma pergunta complicada de se responder. Entram aí muitos fatores, como a definição do que acreditamos ser o certo e o errado - que muda de uma cultura para outra.
Tanto quem faz o bem, como quem faz o “mal” estão seguindo seus próprios instintos. Uma pessoa não precisa ser má para fazer algo de ruim para os outros. Basta estar em uma situação que a deixe sem condições psicológicas para agir como lhe foi ensinado – e mais alguns outros fatores, que causam reações psicológicas adversas. Quem faz algo de ruim, na verdade precisa de ajuda, mas não a encontrou e libera seu pedido de socorro com atos tidos como malignos ou destrutivos.

Certo e errado? Conceitos deturpados – ou criados – tanto pelas crenças religiosas - com a ajuda da persuasão de seus líderes - como pela necessidade de segurança dos povos.