Sunday, August 03, 2014

Adeus ao impossível.

Não gosto da palavra "impossível". Por si só ela já é um estado não realizável de algo. E depende de julgamento que, aleatoriamente estão errados em certo grau percentual. Enquanto que para ser uma "verdade", uma "totalidade de certeza", seria necessário ter 100%. E isso nunca se terá. Portanto, desprezo o "impossível". Ele não se realiza, não tem consistência, não se caracteriza por algo verdadeiro, apenas pela própria ilusão existencial de que outras realidades não podem coexistir com ele.


Atenção

Atenção. No fim, das contas, da história, da vida, assim como em todo o resto, se busca apenas isso. Atenção. A certeza de que somos compreendidos. De que estamos sendo ouvidos, de que nossa voz ressoa, de que nossos pensamentos se transmitem... e chegam em algum lugar. E onde chegam, na verdade, pouco importa. Basta chegarem e ressoarem, refletirem, ecoarem, transparecerem.

A garantia de que se existe, de que não bastamos de um surto eloquente da criatividade de nossas próprias mentes, fanáticas por elas mesmas. A certeza de que não somos cercados por ilusões, de que tudo ao redor faz algum sentido, de que nossos sentidos nos trazem as informações verdadeiras para a construção da realidade que queremos. Simulação da realidade que também não vemos.

A atenção. O silêncio. A respiração. O suspiro. O ar que nos traz a segurança de que não somos uma invenção, mas uma realidade. Pode beliscar, é real, existe. Não se trata de uma loucura, de um devaneio. Atenção. O momento que retrata a realidade, que retrata a verdade que tentamos enxergar, mas não se vê. Atenção para pensar. Atenção para entender. Atenção para compreender o que precisamos perceber, porque não se sabe se é acerto. Se é um erro. Um delírio.

Só se sabe que se acha. Que se acredita. Que existe. Que é real.

Sunday, February 09, 2014

O existencialismo de Sartre, por Danilo Marcondes





A filosofia existencialista sartriana parte de uma concepção do homem como "o ser cuja existência precede a essência", isto é, o homem não tem uma essência predeterminada, mas ele se faz em sua existência. Contudo, o homem é também marcado pela consciência da morte e da finitude, o "único animal que sabe que vai morrer", e por isso, ao buscar essa identidade absoluta, está condenado ao fracasso. Portanto, a existência humana é, em última instância, absurda, sem sentido.

(...) Resta ao homem, assim, apenas a liberdade, e é esta a fonte principal de sua angústia. "Somos condenados a ser livres", diz Sartre. Os homens alienados recusam essa liberdade porque a temem, temem confrontar o vazio de sua própria existência porque não assumem os riscos e desafios que ela envolve. Porém, o homem autêntico realizará o seu próprio projeto, dando assim sentido a sua existência.


*Trecho extraído do livro Textos Básicos de Filosofia (Zahar, 2007, 7ª impressão)

Thursday, January 02, 2014

O Sentido da Vida (nova versão)



Toda a beleza do mundo num só ser
Exagerado, não creio estar
Basta ver.
Olhe para o verde dos seus olhos
E compreenderá
Que não falo besteiras
Para o tempo passar

Quando ela sofre
Sofro eu também
Ouvindo, de braços abertos, o céu dizer amém
Com meus olhos honestos
Em meio a esse vai e vem

Um sorriso, um aceno
E mais uma vez ela me aprisiona,
Enquanto eu mesmo me condeno,
Nesse sufoco ao qual a vida me impulsiona.
Um sentimento nada ameno
Misto de prazer com desespero
Na encruzilhada deste enigma,
Em frente ao sol e à lua cheia,
Aos quais, de joelhos, faço um apelo.

De certo não é ela
A única donzela
Mas com segurança afirmo e bato o pé
Exaltando com esta goela
Que nem mesmo ventos e trovões
Me afastariam das emoções
Que sinto ao vê-la chegar
De passo em passo, de ar em ar,
Essa moça magnífica que um dia
Em minha vida resolveu entrar.

A ti, bela moça, jogo meu olhar
É com você mesma, não se engane
Pode encarar.
Ando neste deserto,
Não obstante o frio ou o calor,
Buscando uma chance para em seus braços estar
Dispondo a você meus músculos,
Meu calor e todo o meu ar.


Neste sonho quero estar
Amarrado a ti como nenhum outro há
Me derretendo ao odor do teu perfume
Nas noites de vazio e de tristeza
Em que vejo o sentido da vida
Todo presente na leveza
Que encontro neste mundo
Quando miro o teu olhar.

Infinito este poema poderia ser
Não tendo um fim por agora
Ou quando o amanhecer
Mas no momento não busco a glória
Apenas quero ver
Se estas meigas palavras te comovem
E enchem a sua alegria de viver.

Tendo dito a que vim
Então me refaço
Esperando por ora
Um outro compasso
Em que me beija, me abraça
Me adora e eu renasço.