Saturday, February 25, 2006

Um pouquinho de paz

... na verdade agora eu quero a paz, sim. Quero um tempo. Um momento sem nada. Esquecer de toda a bagunça da nossa sociedade desesperada por buscas que não nos levam realmente a lugar algum e ir de encontro com quem eu sou. Prestar mais atenção, ouvir bem; escutar. Olhar, enxergar mais. Nada desse papo de turista genérico que passa pela própria vida tentando fazer tudo ao mesmo tempo e não conhecendo coisa alguma na realidade. Dez minutos para cada atração já não me parecem ser o suficiente.
Lá fora, muita festa. As pessoas se encontram, confraternizam. Eu no momento quero apenas ficar aqui, quieto. Não preciso nem mesmo me mover para satisfazer esse desejo - que hoje mais se parece com uma necessidade.
Preciso entender qual é o som do silêncio. Assim poderei entender melhor quem eu sou - já que estamos em constante transformação e adaptação isso me parece ser algo a que deveríamos dar mais importância.

Andando

Ando, ando e ando. Sempre ando, mesmo que às vezes não me desloque. Parece que de nada adianta todo o esforço que se faz, nada acontece. Minha impaciência me aborrece e eu explodo a cada passo. Poderia ser diferente, sim. Eu poderia ser mais tolerante. Mas os rumos que as situações tomam poderiam ser mais parecidos com o que eu procuro também. Por que eu deveria me ajustar? Não é a insatisfação que faz com que o homem busque por algo melhor, sua evolução ao longo dos anos tão incessantemente estudada por pessoas que não tem nada melhor para fazer?
Pois é, nada de paciência.
Eu poderia meditar. Bem que eu gostaria, se ao menos eu conseguisse me concentrar...
Meus pensamentos, em diferentes pontos e ao mesmo tempo, não me deixam em paz - e também não sei se a paz é tão perfeita assim.
Continuo andando. É o melhor que eu tenho a fazer. Até encontrar um bar e pedir uma cerveja.

Friday, February 24, 2006

Como desaparecer completamente

Aonde foi tudo aquilo que eu enxergava com estes mesmos olhos, já tão cansados das mesmas coisas? A minha vontade de encarar as coisas, a minha paciência - que nunca foi uma virtude anyway- ? No escuro, tudo no escuro. Só vejo as cinzas. E não penso mais em procurar, simpesmente não achei e pronto. Nenhuma chama, nehuma palha a ser movida. Não mais. Um drink, para brindar este momento mágico. O momento em que me esqueço de tudo, ou ao menos tento não pensar. Um vazio, que me leva para outro lugar. Menos vazio que essa vida. Um sopro. Me deixo levar, largando tudo para trás. Estou pronto para me libertar. Não sou mais eu, agora eu já não sou mais nada. Talvez os pensamentos voltem a me perturbar - óbvio -, mas por hora eu viajo. E me concentro nas estrelas que tentam se esconder com as folhas das árvores no jardim. Faz frio, mas estou melhor aqui. E daqui não pretendo sair.