Tuesday, April 13, 2010

Sai pra lá que aqui tem gente

Abre as cortinas para mim que eu não me escondo de ninguém, diz a música. E é bem isso mesmo. Nada de se esconder. Já basta toda a hesitação antes de agir, de pensar, e toda aquela merda da falta de atitude, que cedo ou tarde, ou até no meio do dia, ataca qualquer um. Chega disso. Eu quero é falar, dizer, contar, espalhar, colocar a boca no trambone, extravasar, colocar pra fora. Respirar, encher os pulmões e... falar mais, não deixar sobrar um milímetro quadrado de oxigênio. Quero murchar de tanto gritar contra todas essas coisas que me irritam e que continuam voltando, sempre retornando, sempre me aporrinhando, sempre me encendo o saco, e gritar ainda mais um pouco. Não quero, não preciso, não tolero, não aguento. A porta vai ficar fechada e nada disso vai entrar. Cabou, chega, já era, fechado para balanço. Vai-ver-se-eu-to-na-esquina. Ta bom assim?

Pronto, ufa. Acho que deu. Agora eu posso descansar, respirar com mais calma, por a cabeça no lugar. E pensar duas, três vezes, antes de me aborrecer, de querer gritar, de extravasar.

1 comment:

Unknown said...

Você me fez lembrar uma música que é exatamente esse vulcão que vc demonstrou, porém ao contrário... e como é deliciosa as lavas desse vulcão....
GONZAGUINHA
Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não quero mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã

Nascendo, rompendo, rasgando, tomando, meu corpo e então eu
Chorando, sorrindo, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração...