Monday, November 07, 2005

Luz, câmera... contemplação

Movimento. Cenas passam pelos meus olhos enquanto caminho à noite, pelas ruas da cidade sonâmbula. Imagens, cenas oníricas, enquanto vejo os carros dos outros sonhadores seguindo seus rumos ao desconhecido. Entro em um estabelecimento e procuro algo do meu interesse, quando na verdade o que me interessa está mais a frente, não posso adquirir agora ou pagar em dinheiro. As divagações nesse momento se fazem necessárias, são elas as responsáveis pelos próximos passos, pelo curso que pretenderei seguir – mesmo que eu venha a mudar de idéia e seguir outro completamente diferente deste depois.
Folheio livros, tomo um café. Pessoas ao meu redor interagindo umas com as outras e eu no meu silêncio. Um silêncio que é a na verdade tudo que eu mais precisava no presente momento, algo que eu pedia faz tempo – nem tanto assim, ontem tive esse silêncio também; mas é fato que cada vez eu preciso mais dele para me sentir em casa, confortável comigo mesmo. Faço projeções, reflexões, pondero. Entendo melhor o que me atinge no momento e consigo associar tudo. Nada se mostra de fora, excluído do sistema. Saio, pago a conta e caminho em direção ao carro, com aquele desejo por um papel e uma caneta. Desenvolver meus pensamentos na forma escrita me relaxam. Algo que é necessário para a manutenção da minha tranqüilidade, que na verdade nunca chega. Sou hiper-ativo-demais para isso. Às vezes percebo minha vida como um filme em que sou o diretor, o produtor e o protagonista, travando uma batalha constante contra quem investiu em mim e as inconstâncias da realidade prática – sempre se atracando com os meus roteiros.

No comments: