Thursday, May 05, 2005

O visitante indesejado

A tristeza e seus contornos fazem seu trabalho, inspirando beleza e sinceridade. Um azul que vem e não anuncia a hora de passar. Se instala, firmando raízes, emaranhando-se na mente humana, onde faz sua história. Loucuras, paranóias, neuroses. Dor, um vazio. Nada ao redor, apenas o vácuo, inerte e inerente à vida de cada um. A afirmação, e a aceitação, ainda que relutante, de que todos estão sós, sempre.
O sol, ao longe, brilha, mas já com cara de passado. Seus raios levam tempo para serem percebidos pela visão humana. Breu. De óculos escuros, caminhando entre folhas secas, pregos enferrujados ao chão e moscas fedorentas que se esbarram e caem ao morrer.
Uma saída, talvez o fim disso tudo. Enfim, uma solução. Seria real? Sincera? Pode ser, mas é muito incerto.
A solidão que assola e bate na porta, mesmo que não a aceitemos. Insistente, ela berra e sai, deixando um bilhete por baixo, uma fresta. “Um dia ei de voltar para te buscar”.

2 comments:

Rodrigo Santiago said...

cara, essa solidão tá deitada ali na minha cama, me esperando ir dormir... Que saco!

ahuauhauhauhauhahua! Agora eu sei de onde ela veio. E não parece nada satisfeita :P

Aliás, parabéns ;)

Anonymous said...

Idem!
Beijo
Lehonna