Wednesday, July 07, 2010

Decisão

Duas portas. Uma delas é a que eu quero, a outra é um caminho para uma realidade que não é a desejada, mas, no fundo ninguém sabe onde vai dar - a vida prega tantas peças que você muitas vezes desiste de determinar se uma coisa ruim continua sendo ruim mesmo, no fim das contas. Então, voltemos às portas.

A porta certa eu sei qual é, mas ao mesmo tempo não sei qual escolher. Não se trata de não querer, mas a porta ideal é de uma maneira que eu conheço em minha mente, em minha pré-concepção, mas quando olho para as duas, elas parecem iguais - o que as diferencia é apenas a essência. E, novamente, o que eu imagino como sendo ideal pode não ser tão melhor, ou até talvez, quem sabe, não ser melhor de nenhuma maneira, mas ainda assim ser bom - espero eu.

Para trás não vou. Atrás está um caminho sujo, molhado, cheio de lodo. Já disse que, nesta cena, o ambiente está todo escuro, com os holofotes focados em um espaço pequeno, do tamanho de um quarto simples de um hotel barato de uma cidade perdida de um filme que ninguém conhece? Pois bem, imagine este espaço, mas aberto e comigo encarando duas portas, uma ao lado da outra, e com um caminho atrás, sem fim, escuro e cheio de lodo. Mencionei meus trajes? Estou usando aquele paletó de viajante pobre, meio marrom, meio tom de areia. Não sou tão bom assim com cores, não exija muito de mim neste aspecto.

E cai um pingo. Um pingo seguido de outro, em minha cabeça. Volto minha visão ara cima e percebo que, neste mesmo cenário, temos também um cano velho e enferrujado, que deixa vazar um pouco da água - refrescante, mas ao mesmo tempo gelada demais, assustadoramente gelada - que vem do outro lado. O lado de trás das portas, soando como um incentivo, um lembrete de que eu devo fazer alguma coisa, tomar alguma decisão, ir ou ficar, decidir, então. E eu me ponho a pensar. Qual porta devo escolher? A da direita ou a da esquerda?

1 comment:

Anderson said...

Procure uma terceira porta. Bem no meio, onde pode ter um pouco dos dois caminhos. ;)